segunda-feira, 13 de outubro de 2014

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Eu vejo um adolescente de 15 anos.
Eu vejo o orgulho de alguém formar uma barreira com o mundo.
Eu vejo a rebeldia juvenil de quem não pode se rebelar mais jovem contra a opressão de se tornar adulto de um dia para o outro.
Eu vejo o homem que me fez tão feliz se afogar em um mar de dúvidas, incertezas e mágoas e não querer que eu tente salva-lo.
Eu vejo alguém que foi leal e esperou o mesmo das pessoas erradas.
Eu vejo alguém que acha que não consegue ser leal às pessoas certas.
Eu vejo alguém que perdeu tudo.
Eu vejo alguém maduro que teve uma vida dura.
Ao mesmo tempo,
Eu vejo o adolescente que aparece de vez em quando lembrando de seu direito de se rebelar que lhe foi tomado pela vida. E o alguém maduro, desaparece.




Olho a minha frente e minhas lágrimas não se seguram, pois vejo aquele homem. Quando, na verdade, quem está no corpo é apenas o "moleque brigão" que tem medo de tudo.
O que faz uma pessoa querer ser "má" como as pessoas que foram "más" com ela? O que é sentir que tudo o que você acredita está destruído porque ninguém retribui? Ser "mau", vai te fazer sentir melhor?


Ele implora pra que eu não o salve. Implora pra que eu o deixe se afogar. Ele precisa se afogar pra se sentir vivo, pra sentir todo aquele sentimento invadindo-o, o sentimento de rancor e de mágoa que foi acumulado nesse mar de lágrimas.
Ele precisa se sentir poderoso fazendo tanto mal quanto fizeram com ele. Pois quando você é sempre magoado, sentir algo bom e fazer algo bem começa a perder o sentido.


Ele sabe que pode confiar na minha mão, mas não quer. Ele quer segurar na minha mão, mas nega.
Não entendo porque ele lembra de tudo o que fizemos juntos, mas não quer que eu o segure.
Parece só um joguinho de criança.
que não acaba.

Meu homem voltou à puberdade. E não posso fazer nada pra mudar, porque ele não quer.
Só preciso parar de lembrar dele em seu auge, pois depois, vou ter que limpar a merda sozinha.
Não sei porque insisto em salva-lo, acho que vou fazer merda em tentar falar com ele.


A merda não acontece. Nós escolhemos.

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