quarta-feira, 27 de junho de 2012

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Buk.
Buk é um ótimo namorado, não só porque ele tem um corpo muito firme, eu realmente não ligo pra isso. Prefiro os gordinhos e mesmo assim estou louca por esse cara alto, magro da barriga de tanquinho.
Ele ja fez muitas artes marciais, eu digo que acima de tudo ele é meu segurança, as vezes eu acho que exagero muito nas brincadeiras e que ele não gosta, mas sou do tipo que primeiro fala e depois pensa. É sem querer, mas nesses casos a pessoa no fundo sempre quer fazer um doce. No meu caso, é realmente sem querer, a cada dia que passa  me vejo gostando muito mais dele, sou louca por ele, mas não apaixonada.
Não que eu seja exigente, mas eu tomo muito cuidado ao falar essas coisas e ele entende, diz que me ama e não espera que eu diga de volta. Isso que me atrai, ele espera, espera por mim.
De fato, quatro meses é muito pouco pra falar qualquer coisa, mas ele é tão sincero, tão intenso que eu acredito, ou pelo menos me esforço pra acreditar que o que ele diz é verdadeiro.
Ele teve uma infância dura, eu não sou uma crápula a ponto de por os detalhes aqui, mas toda vez que ele fala disso comigo sem diz no final: ''Mas apesar disso, eu tenho que continuar.''
Tudo o que ele passou não chega perto do drama que qualquer um pode fazer, e tenho certeza, ninguém é mais maduro que ele, ganha a confiança de qualquer um. Todos podem contar com ele. Todos.
Ele não é um príncipe encantado, mas essa porcaria não existe mesmo.
Ele sempre olha nos meus olhos quando diz as coisas pra mim, me sinto protegida do lado dele, ele é o cara mais compreensível do mundo. Eu pareço uma boba falando só dele aqui, mas não é isso que as pessoas querem? Alguém que as deixe bobas mesmo quando não querem? Eu sou dessas.
Ele é quatro anos mais velho do que eu, mora sozinho e tem um emprego e é claro, não é mais virgem.
Deve ser estranho falar isso longe do resto das coisas, não que eu seja uma tarada de plantão caçando carne na savana, não. Seria pior se eu falasse: ''...e ele transava com as namoradas dele''?
Eu ja pensei nisso sim, como qualquer garota de dezoito anos, e seria maravilhoso em qualquer lugar desde que fosse com ele. Mas é claro, não seria se fosse em um cemitério ou em um beco, não to querendo generalizar. Que nojo.
Mas, como qualquer casal saudável, temos a nossa pegação. Sim, as vezes ela é muito pesada, mas eu sei que se eu não quiser, ele para no mesmo instante. Confio muito nele e ele sabe o que significa pra mim.
Ele diz que não sera só a minha primeira vez, mas a dele também, porque ele nunca tirou a virgindade de uma menina. Isso parece conversa daqueles playboys pra atrair as garotinhas, mas não é.
Um dia, disse pra ele que queria parar com isso, porque a nossa pegação é na escada de emergência do meu prédio, é o único lugar em que podemos ficar sozinhos, não só pra pegação, mas pra conversar coisas sérias também. Em casa não temos liberdade e nem no hall do prédio porque passa muita gente. E como isso fazia com que o sexo parecesse muito banal, decidimos parar.
Isso não é fácil, toda vez que descemos passamos pela escada e as vezes temos recaídas, mas a pegação, mesmo assim, vai deixando de ser tão pesada.
Mas ontem foi pesada, foi sim. Depois de tudo ele viu minha cara e me pediu desculpas, varias vezes dizendo que nunca pensaria nada de mim e que aquilo é um momento nosso. Tudo bem, meu amor.
Depois fui pensar, foi realmente bom, mas não vale a pena sentir isso e me sentir mal depois. Depois pensei que talvez tivesse traído a minha mãe, ela sempre diz que os homens só querem se aproveitar da gente e do nosso corpo, de uma certa forma, é isso que ta acontecendo, só que com o meu consentimento.
Mas eu tenho plena confiança no Buk e sei que ele me respeita, ele vem sempre aqui em casa e toma até benção da vovó, alguns chamam de namorado, eu chamo de puxa-saco. Mas tem que ser, né? Porque com uma família como a minha...

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