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- Olha ele lá, não vais falar com ele?

- Não.

- Mas vocês não tinham virado ''amigos'' daquele dia em diante?

- É, mas eu não quero.

- Não quer ou tá com medo?

- Medo por que? Eu não deveria ter medo.

- Por isso mesmo. 

- Não sei. Ele me faz lembrar uma época da qual não gosto de recordar.

- Mas não é sempre tu que dizes que devemos superar as coisas e enfrentar de frente?

- Mas eu já superei. Não sinto ciúmes, nem vontade de vê-lo outra vez.

- Mas ele te abala.

- Não. Não é isso. 

- Então o que é?

- Ele me faz lembrar a época em que eu era perdidamente idiota e apaixonada. Mas agora isso acabou.

- Foi ele que fez acabar, né?

- Não.

- Vamos, fala a verdade.

- Foi ele sim.

- Foi por causa dele que me deixaste no comando? 

- Foi. Tu és mais forte que eu.

- Mas comigo aqui, nunca vais conseguir se apaixonar de novo. Isso eu acho.

- Por isso é melhor. É muito melhor assim.

- Tem certeza que não quer falar com ele?

- Tenho. Não que eu esteja frágil, mas ele me irrita.

- Por esse mesmo motivo? Sem mentir.

- É também, mas o jeito dele começou a me irritar um pouco.

- Cuidado, não pode ficar que nem eu. A Tamires não vai aguentar.

- Eu sei. Mas não me obrigue a ser gentil com ele.

- Na verdade, se tu pudesse, queria se encontrar sem querer com ele, estou certa?

- Está. Mas a distância é o melhor remédio. Ele é um ignorante que vive de fantasias e bebida, como posso ter ... 

- Entendi. 

- Mas ele é o único garoto de quem já gostei que me fazia rir muito, era divertido.

- Tu achas que nunca mais vai encontrar um assim?

- Acho. Não um que me trate como ''amiga'' que nem ele. Eu tenho medo.  com você no comendo eu fico mais calma.

- Tudo bem então. Mas não desista. Os sentimentos são essenciais para as pessoas.

- Obrigada.

*diálogo comigo mesma*